domingo, 12 de setembro de 2010

Bate-PAPO (parte II)

Texto de Rudimar Schreiber Jr.

Na segunda entrevista da série Bate-PAPO, apresentamos Cezar Mariano, comentarista da WEB Rádio Brasília. Ele fala sobre o grupo C, do Gama.

Papos da Capital: Como está a situação do Gama na Série C? Quais suas possibilidades nas 2 rodadas que faltam?
Cezar Mariano: A situação do Gama na Série C é a mesma de um cidadão com câncer em estado terminal, onde seria mais fácil você fazer a Mega Sena ao Gama sair do Balão de Oxigênio. Falta apenas uma rodada, e o Marília, jogando em casa, não poderia vencer seu adversário, enquanto o Gama jogaria sua última partida fora de casa contra o melhor time de sua chave, precisando exclusivamente da vitória.


Papos da Capital: No grupo do Gama, qual a sua projeção para as 2 vagas a próxima fase? E para o rebaixamento?
Cezar Mariano: O Macaé e o Luverdense têm grandes chances de passarem à próxima fase, mas gostaria de ver o Ituiutaba lograr êxito, apesar de ter menos chances. Quanto ao rebaixamento, eu espero que seja fabricado um medicamento para o Gama vencer o Luverdense e que o Ituiutaba consiga pelo menos um empate diante do Marília, rebaixando a equipe paulista.

Papos da Capital: O que levou o Gama, na sua opinião, a estar na atual situação na Série C?
Cezar Mariano: É necessário pelo menos dois meses de preparação antes do início de um campeonato, mas sem possuir um ótimo elenco essa preparação não iria surtir muito efeito, e para se ter um ótimo elenco é necessário ter muito dinheiro porque o bom jogador não vai trabalhar de graça, mas infelizmente a Diretoria do Gama sempre alegou que não tem muita verba pra contratar ótimos jogadores. Não estou duvidando disso, mas não entendo como é que o Botafogo do DF, time da Quarta Divisão, consegue contratar jogadores que jamais iriam atuar pela estrela solitária de Brasília sem um ótimo salário, cito por exemplo o Zé Carlos e o Sérgio Manoel, atletas conhecidos no Brasil, enquanto a Diretoria do Gama não consegue contratar jogadores para pagar esses mesmos salários.


Papos da Capital: O Campeonato Brasileiro da Série C é disputado há 2 anos com 20 clubes divididos em 4 grupos regionalizados. Você concorda com tal fórmula de disputa? Qual seria a fórmula mais indicada para a competição?
Cezar Mariano: Não concordo de forma alguma com a fórmula de disputa da Terceira Divisão.
Antes de se criar a Quarta Divisão Brasileira, eu mandei uma correspondência para a CBF, solicitando a criação de uma Quarta Divisão do Brasileirão, mas que a Terceira Divisão deveria ser nos mesmos moldes da Série A e Série B (20 equipes, quatro sobem e quatro descem), mas a CBF, que é milionária, quis economizar algumas migalhas e realiza a Série C do modo mais econômico, onde não oferece nem mesmo uma ajuda de custo às equipes da Série C.

Papos da Capital: O Juventude, assim como o Gama, disputou recentemente a Série A do Brasileirão. O que você, à distância, imagina que ocasionou tal queda?
Cezar Mariano: O Brasileirão geralmente ocorre logo após os campeonatos regionais, onde os times realizam bons jogos nos torneios locais e imaginam que estão prontos para disputarem um Brasileirão, ledo engano...
Quando a equipe começa a obter resultados ruins fica muito tarde pra montar um novo elenco, sem entrosamento e com outras dificuldades, e na maioria das vezes, devido aos maus resultados e na necessidade em demitir os atletas para reformar o elenco, muitas vezes se demite também um ou outro bom jogador.
Não adianta uma equipe ter muito dinheiro se esses valores não são aplicados em ótimos jogadores. Digo ótimos jogadores incluindo também no banco de reservas...Você tem que ter peças de reposição à altura para as possíveis substituições.
Não acredito que é a torcida que faz um time forte, e sim, um time forte é que faz a torcida comparecer aos estádios.
Por fim, é necessário também ter um grupo que saiba jogar de uma forma mais moderna, como a equipe do Santos Futebol Clube...Observe que quando um jogador da Vila Belmiro possui a posse da bola, muitos outros atletas se aproximam imediatamente daquele atleta para fazer a tabela curta, enquanto outros jogadores já correm nas diagonais para serem a opção do segundo ou terceiro passe, confundindo os adversários e abrindo espaços. Mas para você ter jogadores que se movimentem o tempo todo sem a posse da bola é necessário um elenco com ótimo preparo físico.
Outra coisa que se torna o diferencial em uma equipe é a jogada individual, mas tem que ser feita apenas por pessoas que têm o dom do drible... Sempre digo... Quando se dribla abrem-se espaços. Mas a individualidade tem que ocorrer já nas próximidades da área do adversário, porque não logrando êxito o jogador consegue um pênalti ou uma falta próximo ao ataque, mas infelizmente quase não surgem jogadores com esses dons e quando surge, às vezes eles são desprezados até mesmo por alguns treinadores de Seleção Brasileira.

Um comentário:

Gui disse...

Só se tornaria viável a série C nos moldes da A e B se a CBF bancasse as despesas e rolasse uma verba de TV. Com o reizinho Teixeira acho brabo sobrar uma grana para os pequenos. É mais fácil fazer um estádio no Acre.