domingo, 30 de julho de 2017

Dois posts em um: zero pontos em seis


Até algumas semanas atrás, toda vez que eu encontrava meu ex-chefe (vermelho) eu tinha que escutar a mesma piada: "Juventude na liderança é igual elefante em cima da árvore, ninguém sabe como foi parar lá mas todo mundo sabe que vai cair". 

E, pior, eu concordava com a piada. Nosso grupo é limitado, uma hora a sorte ía acabar, outros times iriam entrosar durante o campeonato, etc. Inúmeros motivos me faziam acreditar que de fato este elefante cairia... Eu só não esperava é que ele se atirasse de cabeça!

Bem, fiquei devendo um post sobre o jogo contra o Oeste. Vamos às notas:

(        INSIRA AQUI O NOME DE UM JOGADOR       ): lento no combate e dando espaço na marcação. No ataque nenhuma inspiração, só deu passes pros lados. Nota: 2

Ok, agora passamos ao jogo mais recente, contra o América Mineiro.

Mais engraçado que o elefante em cima da árvore é olhar a escalação e ver Caion titular. O cara nem se quer entrou em qualquer jogo e do nada ganha uma chance como titular. E, de forma quase tão bizarra quanto isso, foi dele nossa melhor chance de gol. Se fosse durante aquela nossa maré de sorte, era capaz da bola ter entrado e termos que aguentar isso em outros jogos. Ainda bem, as vezes é justo este tal futebol...

Quanto ao esquema, um 4-4-2 bem clássico. Desenho bem parecido ao que foi tentado contra o CRB e, de novo, com pouquíssima movimentação. Tivemos uma semana inteira para treinar, mas não consigo entender o que foi feito neste período. Saída de bola na maior parte do tempo: laterais se projetam, volantes não recuam e tudo fica por conta dos zagueiros. Micael e Domingues só sabem dar balão! 

As vezes volantes ou laterais acordavam e aí a bola chegava no meio-campo. Toca e toca pro lado até que alguém faz um chuveirinho para área. O América (como o CRB) só tinha um volante fixo e mesmo assim nunca fomos capaz de tentar uma tabela por ali. Todo mundo joga distante, parece que estão sobre trilhos, sem poderem movimentações na diagonal. E aí fica difícil... eu não sei se o Dal Pozzo tem tanta confiança em suas táticas que proíbe eles de tentarem qualquer coisa diferente ou se é má vontade mesmo dos jogadores. Mas sei que só jogar bola pro Tiago Marques já está óbvio para todo mundo e todos adversários estarão preparados para isso. O time tem que começar a jogar com mais triangulações, passes mais rápidos e finalizações de média distância, ou então este elefante vai ficar cada vez mais distante da tal árvore.

OLIVEIRA - uma boa estreia. Não teve culpa no gol e fez, pelo menos, duas boas defesas. Alguns lançamentos forçados e precisa gritar mais com a defesa. Nota: 7

TINGA - não se pode confiar em um lateral que cruza mais forte com as mãos do que com os pés. Teve seus 11 passes errados para manter a média. Inúmeras chances de gol do adversário pelo seu lado de campo. Nota: 3

DOMINGUES - fez o penalti, quase entregou um gol logo em seguida, deu inúmeros chutões fingindo lançamentos, não conseguiu marcar nenhum dos 2 centroavantes do América. Nota: 2

MICAEL - este pelo menos nem tenta fingir que seus chutões são lançamentos. Muito mal também na marcação, mas leva uns pontos a mais que seu companheiro de zaga pelo quase gol marcado de cabeça. Nota: 4

COLLAÇO - foi o menos pior da linha defensiva, mas continua cruzando mal. Nota: 5

WANDERSON - bom exemplo de como nosso elenco é limitado ou mal utilizado, já que o Wanderson é comumente escolhido quando Fahel precisa sair. Pois, Fahel nos últimos 4,5 jogos que atuou (descontei 0,5 pelo Oeste) só errou 3 passes. Repito: só 3 passes errados em cerca de 400 minutos! Wanderson errou 5 apenas nos 45 iniciais contra o América! Melhorou no segundo tempo, mas é pouco útil no geral. Nota:3

LUCAS -  era um jogador útil nos tempos do 4-1-4-1, pois na linha de meias podia pressionar na marcação, tentar arrancadas e finalizações. No 4-2-3-1 ou 4-4-2 se tornou um volante quase-burocrático. Ainda é quem mais tenta passes "diferentes", mas não se oferece mais para tabelar nem finalizar. Nota: 4

LEILSON - aberto na direita tem se mostrado ineficiente. Este pode até ser seu ponto de partida, mas tem que buscar jogo no meio, onde pode dar passes verticiais ou chutar a gol. Ele tem que "fugir" do lateral esquerdo, atraindo algum volante e abrindo espaços, e não ficar só no chuveirinho. Nota: 5

WALLACER - idem ao Leilson, apenas passando para o lado esquerdo. Nota: 5

CAION - já gastei caracteres o suficiente com ele no início do texto. Nota:3

TIAGO MARQUES - tentou até cair nas pontas de vez em quando, mas só conseguiu escapar mesmo naquele chute do início do jogo. Fica dependendo de cruzamentos que não chegam. Nota: 5

RAMON - 30 minutos em campo, uma arrancada boa pela esquerda e só. Atacante que entra no segundo tempo tem que entrar buscando chutar a gol, e isso ele não tem feito. Nota: 4

JUNINHO - 20 minutos em campo, e ainda menos que o Ramon. Nota: 3

CAPRINI - 10 minutos em campo, e ainda menos que o Juninho. Nota: 2


DAL POZZO - esquema com jogadores muito distantes, com chance mínima de boa produção. Meio-campo já não marca tão firme como no início do campeonato e a  pressão cai na fraca defesa. Mudou o esquema com a substituições, mas continuamos só com chuveirinhos. Parece que não consegue passar a correta mensagem aos jogadores de como se posicionar ou se movimentar para que hajam infiltrações. Nota: 3

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Faltou movimentação

Imagem meramente ilustrativa.

Dois textos atrás eu falei sobre o 4-1-4-1 (clique aqui para lembrar). Pois ontem nós não estávamos nesse esquema. Mas o CRB estava! E nós, tão acostumados com as vantagens que esses posicionamentos trazem, não conseguimos explorar as desvantagens!

Eu comentei que o 4-1-4-1, por só ter um volante fixo, tem dificuldades na marcação quando o adversário possui 2 meias centralizados. E quando eu vi a nossa escalação com Wallacer e Leílson juntos (aleluia!), era isso que eu esperava: que ambos buscassem o meio e criassem dificuldades para o único volante deles.

Infelizmente, isso não aconteceu. No 1º tempo, estávamos em claro 4-2-3-1, com Leilson, Wallacer e Ramon. E, por mais que os "ponteiros" estivessem um pouco mais centralizados, tentando abrir corredor para que os laterais apoiassem, era uma movimentação lenta e pragmática. Eram apenas deslocamentos curtos, que eram facilmente marcados pelo adiantamento de um lateral ou zagueiro deles. Ramon teve 2 boas arrancadas para cima do lateral direito, mas sem também ninguém por perto para tabelar. O gol, por exemplo, foi apenas mérito da nossa insistência em jogadas individuais pelos lados do campo: 1) Collaço arranca e Ramon não se aproxima, obrigando o lateral a cruzar; 2) Tiago Marques está muito bem marcado dentro da área e só consegue brigar pela bola; 3) Uma falha da zaga adversária acaba encontrando Leilson, que se não fosse a falha também estaria chegando atrasado na jogada.

No 2º tempo, mudança de desenho. Parece que de novo a ideia era se aproveitar do espaço entre as linhas de 4 adversária, mas agora de outra forma. Wallacer foi aberto na esquerda para ajudar nas subidas de Collaço, Leilson e Lucas se revezavam em ajudar Tinga na direita e Ramon se adianta para perto do Tiago. Parece que a ideia era que, através da movimentação, Leilson, Lucas e Ramon em algum momento conseguissem aparecer livres para jogar. Se a ideia do Dal Pozzo realmente era isso, ele não soube explicar direito, pois somente uma vez isso aconteceu: Leilson fez uma diagonal da direita para o centro e, depois de um drible curto, finalizou de canhota (mais ou menos aos 28 do 2º tempo). Wesley Natã entrou para tentar fazer o que Ramon não conseguia e foi ainda pior. Diego Felipe e Juninho nem sei porque entraram.

Mas, vamos voltar a nossa programação normal, com notas:

MATHEUS - chegou a salvar o time do pior naquele lance do 1º tempo que a linha de impedimento foi mal feita e também em chute forte no 2º. Nota: 8

TINGA - nunca tinha passado tanto a bola com a camisa alviverde (64 vezes) e só errou 8. Mas continua fazendo melhores cruzamentos com a mão do que com o pé. Nota: 6

DOMINGUES - para alegria da torcida voltou ao time; para raiva da torcida errou 15 lançamentos e mais alguns passes ridículos. Nota: 4

RUAN - menos erros de passe que seu parceiro, mas algumas arrancadas perigosas. Uma quase resultou em gol, outra me encheu os fundilhos. Nota: 6

COLLAÇO - o único cruzamento "certo" foi o que resultou no gol e só deu certo depois de rebater duas vezes até chegar no pé do Leilson. No geral é um pouco melhor que o Tinga. Nota: 6

FAHEL - em geral cai um pouco de produção em jogos como o de ontem, pois em linha com o Lucas fica inicialmente posicionado mais para o lado e por isso não consegue fazer as coberturas tão bem quanto faz quando sozinho. Mas, incrivelmente, erra pouco. Por exemplo: zero passes errados ontem. Nota: 6

LUCAS - também para alegria da torcida, voltou ao time. Mas não estava em noite muito inspirada. Apesar de fazer passes e lançamentos que mais ninguém consegue no time, cabia muito a ele fazer com que a bola "rompesse" a primeira linha de 4 do CRB e pouco conseguiu. Nota: 5

LEILSON - participou das nossas principais jogadas ofensivas: o gol, seu chute de canhota da intermediária e o chute cruzado após cruzamento do Ruan que quase resultou em gol contra. Mas bateu horrivelmente aquela falta da risca de grande área e sumiu em alguns momentos do jogo. Nota: 6

WALLACER - primeiro tempo apagado, mas melhorou bastante no segundo com a mudança de posicionamento. Tem sido muito participativo, mas como meia tem que tentar mais finalizações e/ou passes verticais que possam encontrar o atacante em posição de finalizar. Resumindo, falta o happy ending. Nota: 6

RAMON - ao contrário do Wallacer, fez primeiro tempo razoável e sumiu no segundo quando foi reposicionado. Espera muito a bola no pé ao invés de se movimentar para que ela chegue até ele. Com os dois zagueiros ocupados com o Tiago Marques, cabia a ele "fazer o facão" nas costas da zaga. Não fez. Nota: 5

TIAGO MARQUES - outros times já tinham colocado dois zagueiros grandes para vigiá-lo e  ele tomava vantagem na movimentação. Ontem, brigou como sempre, mas não teve essa vantagem. Nota: 5

WESLEY - nem vou gastar caracteres com a segunda parte do seu nome artístico. Acho que ele não entendeu o que tinha que fazer em campo e, se entendeu, foi incapaz de fazê-lo. Nota: 2

DIEGO FELIPE - idem ao seu colega de reserva acima. Nota: 2

JUNINHO - com muito menos tempo para mostrar serviço tempo que as demais substituições, mas igualmente sem sentido e ineficiente. Nota: 3


DAL POZZO - como eu escrevi no início: se eu entendi suas ideias, faziam sentido. Problema é ele não conseguir transmití-las, tanto no esquema do 1º quanto do 2º tempo. As substituições não fizeram nenhum sentido: João Paulo era melhor opção que Wesley, pois aí sim criaria mais dor de cabeça para a zaga deles; Diego Felipe, teoricamente, é mais ofensivo que Fahel, mas ele erra tanto que não ajuda em nada; Juninho em um jogo truncado? Ainda tenho que falar da falha no gol deles: notaram que era o Leilson quem marcava o brutamontes deles? O resultado não foi ruim considerando o bom time adversário, mas é ruim considerando a sequência recente e a dificuldade destas rodadas de fim de turno. Nota: 4

sábado, 15 de julho de 2017

Acabou a maré de sorte?


Quando a série B começou, há pouco mais de 2 meses, ninguém espera um time brigando pela liderança. E eu, com todas cornetas aprumadas, escrevia por aqui que o time era limitado e que o futebol apresentado era ruim.

Fui surpreendido, confesso, com boas atuações de lá para cá. Não me refiro a termos feito 3 no ABC ou conseguirmos virar um jogo contra o Luverdense em casa. Me refiro a coisas que eu não achava possível até o início de maio, como ter total controle de um jogo contra o Boa, dominarmos parte da partida contra o Inter ou deixar escapar uma vitória contra o Londrina por pura bobeira nossa, todos fora de casa.

Mas, houve rodadas que jogamos muito mal. Sofremos com o Paraná, escapamos acuados de pressões do Vila Nova, do Paysandu e do Goiás. Grande exceção ao jogo contra o Brasil, tinha algo sempre a nosso favor, fossem nos empates ou vitórias: a sorte.

Era a sorte daquela bola que batia na trave quando o Matheus já não tinha chance de alcançá-la, do zagueiro adversário que fazia gol contra, do goleiro que falhava miseravelmente... sorte aliada à competência quando um centroavante chega desacreditado mas logo se torna artilheiro do campeonato, um volante que até então não tinha créditos com a torcida se torna "dono do time" quando o esquema é modificado, de um zagueiro que é improvisado na lateral e acerta cruzamento inacreditável "do nada", um monte de gente pega caxumba (!) e mesmo assim o padrão não cai.

Aí o time viaja para o Nordeste fazer dois jogos e parece que essa sorte acabou. Como já dito, outras partidas foram quase tão ruins como essas duas últimas. Mas antes aquele voleio do zagueiro deles logo no início de jogo não iria no ângulo. Talvez o Tiago Marques tivesse alcançado e chutado para longe, talvez ela batesse na trave. Logo depois o cruzamento poderia até ter encontrado o Matheus e o Micael atrapalhados no meio da área, mas ela cairia nos pés de algum alviverde e não nos azarentos pés de um centroavante adversário capaz de chutá-la no ângulo. 

Prossigo... Quando estávamos na maré de sorte, o Ramon iria na linha de fundo, cruzaria para trás, e aquele chute de canhota do Tiago Marques pegaria na veia, estufando as redes. No final do primeiro tempo aquele chute fraco do Juninho em diagonal seria colocado para dentro pelo azarento lateral deles, ao invés de bater em duas traves.

Talvez alguns estejam rindo do que escrevi até aqui, por não acreditarem na minha teoria de sorte. Mas eu já deixei de assistir jogos em determinados lugares porque deu azar. Sempre fui consciente que vencemos muito mais pelas capacidades individuais e coletivas do nosso time, mas algumas vezes eu saí do estádio achando que aquela camisa que eu estava usando ajudou com um pouquinho de sorte. Possivelmente a mesma camisa de quando fomos campeões em 94, 98 e 99. Que talvez fosse a mesma de quando Pedro Haroldo marcou um gol contra o Aimoré em 1991 quase do meio do campo. Ou a mesma de quando o Jardel acertou um chutaço na penumbra do Florestal em Lajeado e nos colocou de volta na série D. Ou, mesmo que não fosse a mesma, algumas vezes vencemos porque a sorte estava a nosso favor.

E, seja como for, a sorte nem sempre estará do nosso lado. E quem sabe o azar também não venha para ficar. Mas, por via das dúvidas, melhor começarmos a nos ajudar... Chega de Diego Felipe! É hora do Leílson e Lucas voltarem para o time! Juninho e Ramón tem produzido pouco, mas Caprini e Wesley Natã não produzem nada. Filipe Lima, por exemplo, já chegou a ficar no banco e precisa entrar. Assim que Vidal e Bruno Ribeiro estiverem recuperados, devem ser testados. Dal Pozzo tem também que pensar um jeito para que João Paulo e Tiago Marques possam jogar juntos as vezes (não só no desespero), pois seria um grande poderio ofensivo.

Hoje não tem nota. Só jogamos bem uns 20 minutos do 1º tempo e depois de já termos sofrido dois gols. Vi um 2º tempo modorrento e, para evitar notas ruins para todo mundo, vou ignorar essa parte hoje.

Terça-feira é noite para outra postura em campo. Mesmo que o frio esteja de lascar, temos que voltar a pressionar na marcação e sair em velocidade quando temos a bola. Mesmo que a sorte não ajude, podemos vencer o CRB em casa e é isso que queremos ver.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Números a nosso favor (?)


Dizem alguns estudiosos (?) da história e táticas do futebol brasileiro que o esquema 4-1-4-1 foi visto pela 1ª vez no Brasil em 1981. O "Flamengo de Zico" talvez tenha sido, na verdade, o primeiro caso de sucesso no mundo que o posicionamento de um volante entre as "famosas linhas de 4" deram certo.

O esquema ficou esquecido por um tempo, principalmente no auge do 4-2-2-2, quando brotavam meias habilidosos por todos cantos do país e era difícil marcá-los com só um volante de ofício. Mas, dizem também os estudiosos, o futebol é cíclico. E os meias foram sumindo, o 4-2-3-1 ficou na moda, e os treinadores se deram conta que podiam jogar só com 1 volantão no esquema 4-1-4-1 que dava certo outrora.

E por que dava certo? Bem, são vários motivos. Os principais: 1) Com o recuo dos pontas para junto do meio-campo, os jogadores ficavam mais próximos. Desta forma, as tabelas ocorriam com mais facilidade. 2) Também graças ao recuo dos pontas, o espaço ocupado entre laterais e pontas diminuía, evitando a necessidade de lançamentos longos, que comumente resultam em erros. 3) O volante "1" pode se juntar aos zagueiros quando o time é atacado, povoando a zaga, mas também se juntar aos meias no ataque. Resumindo, o time em 4-1-4-1 joga assim para aproximar seus jogadores. Isto melhora a marcação, mas principalmente ajuda a ter a posse de bola.

Então, vamos aos fatos: Juventude número 1 na tabela de pontuação do campeonato enfrenta o Náutico número 20 na tabela (vulgo lanterna) utilizando esquema 4-1-4-1 fora de casa. O que esperamos? O time vai se defender de forma agrupada e, quando recuperá-la, trocar passes curtos e ter a posse de bola o maior tempo possível. Certo? Errado.

Errado pelo menos durante todo 1º tempo. Jogadores distantes, com marcação frouxa, sem brigar pela segunda bola, tentando passes longos ao invés de tabelas com o jogador mais próximo. Se o time pernambucano não estivesse tão nervoso pela posição que se encontra na tabela, podia ter facilmente feito mais do que um gol neste tempo. 

Mas, tudo mudou no 2º tempo. Tudo aquilo ali que eu escrevi de bom do 4-1-4-1 aconteceu. Não que o time tenha sido brilhante, mas resolveu jogar. O time se aproximou e trocou passes pelo meio. Meias se aproximaram dos laterais para tabelar, que segundos tempos estavam de prontidão para tabelar com os pontas. O gol foi merecido, mesmo que feio. O ponto na tabela foi justo, considerando tempos tão distintos.

MATHEUS - defesas seguras e não acho que foi culpado do gol. Também não lembro de nenhum cagaço em saída de bola. Exagerou em algumas tentativas de acionar rápido o ataque, mas também acertou. Nota: 7

TINGA - é um lateral, claramente, singular. Só me lembro de um cruzamento certo (aquele que o TM9 marcou em impedimento) e foi de esquerda. Seus melhores lançamentos são com a mão em cobranças de lateral. Bateu seu recorde de passes errados: 14. Mas, como todo time, melhorou no segundo tempo quando tentou passes mais curtos, ultrapassagens, etc. Nota: 5

MICAEL - achei que o gol deles foi muito mais méritos do atacante timbu do que falha nossa. Mesmo assim, Micael leva uma parcela de culpa. Claramente, o Tinga não conseguiria evitar o cruzamento. Então, sua função era se posicionar mais atrás, para que a bola não pudesse chegar na cara do Matheus como chegou. Estava adiantado e não evitou que isso acontecesse. Mas, fora isso, rebateu todos bolas que passaram por sua região do campo. Nota: 6

RUAN - era o homem que marcava o centroavante deles na hora do gol. E, portanto, também leva parcela de culpa. Talvez contasse com a cobertura do Micael, mas tinha que estar marcando melhor. Também voltou a fazer umas coberturas afoitas, deixando alguns buracos. Uma dessas situações gerou um penalti contestado pela torcida local (que teria sido, se o ananá não tivesse se jogado antes mesmo que o Ruan desse o tranco). Nota: 5

COLLAÇO - poucos erros, algumas arrancadas boas para o ataque. Mas por que não cruza? Gostaria de saber. Nota: 5

FAHEL - só 1 passe errado de 27 tentados. Cobriu buracos enquanto o time precisou (1º tempo), deu segurança pro time sair jogando depois. Podia ter sido um pouco mais participativo, mas fez seu trabalho. Nota: 7

DIEGO FELIPE - 31 passes tentados, 3 errados. Clara melhora em relação ao jogo passado, mas só no 2º tempo (quando até fez a jogada do gol). No 1º era uma múmia perambulando em campo, sem pressionar, sem recuperar as rebatidas, sem se oferecer para jogar. Lucas precisa voltar. Nota: 5

WALLACER - independentemente do gol marcado, acho que foi o melhor em campo. Só 2 passes errados de 47 tentados. Novamente recuado, foi quem mais tentou fazer a bola "rodar", se aproximando do Collaço e do Ramon (depois Leilson). Mas persisto indignado com seus cruzamentos curtos (acho que o único bom foi para o Caprini, que o rapazote-com-tamanho-de-criança cabeceu na cadeira X47 do bonito estádio pernambucano). Nota: 8

JUNINHO - pouco, muito pouco. Corretamente substituído. Nota: 3

RAMON - muitas vezes tentou ser individualista e perdeu a posse. Outras tentou passar e também errou. Teve um pouco mais de movimentação que o Juninho, mas nem por isso foi melhor. Nota: 3

TIAGO MARQUES - tentou como pode, aparecendo nas duas pontas. Mas, ao mesmo tempo, seguidamente foi indivualista quando teve a bola. Sua única chance de gol foi corretamente anulada por impedimento. Nota: 6

CAPRINI - entrou no lugar do Juninho para fazer o que o titular não fazia: se aproximar dos demais para tentar tabelar, se movimentar mais para escapar da marcação e tentar finalizar. Tentou tudo isso, errou em tudo isso. Nota: 4

LEILSON - entrou logo depois do nosso gol e com passes curtos ajudou Wallacer e Collaço pelo lado esquerdo. Como já dito, ficamos muito mais com a bola. Sem dúvidas ajudou bastante o time, mas considerando que entrou pelo lado do campo, gostaria de ter visto se aproximando um pouco mais do ataque. Teve uma chance de bola parada, que resultou em boa defesa do goleiro adversário. Nota: 6

LUCAS - jogou 15 minutos e pouquíssimo fez. Mas ainda acho que merece mais ser titular que o Diego Felipe. Nota: 4


DAL POZZO - lembrou um pouco o início da Série B, quando no segundo tempo tinha que mudar o time da água para o vinho. Curiosamente, dessa vez as substituições nem surtiram tanto efeito, mas sim a mudança de postura. A mijada (correta) no vestiário deve ter sido grande. Ressalva: Diego Felipe continua sem me convencer. Filipe Lima não viajou (acredito que para melhorar a parte física), mas é um nome que tem que ser analisado como possível substituição para o Juninho. Nota: 7


Como de costume, estatísticas apresentadas são do app footstats.

domingo, 9 de julho de 2017

De volta à liderança

Torcedora da SER Caxias com grito de gol entalado há 2 meses

Incríveis 25 pontos de 36 disputados. Não há o que contestar na campanha Juventudista neste quase um terço de campeonato. É um time que adotou um estilo de jogo precavido para se tornar mais eficiente.

Aliás, cabe aqui uma explicação, pois muita gente vem aqui (ou no facebook) cornetear as minhas cornetas. Quando eu atribuo notas aos jogadores, elas se referem somente e simplesmente as ações que cada um executa individualmente em campo. Mas, independente das ações individuais, as ações coletivas podem ser boas e, normalmente, isto se reflete na nota do treinador. Por exemplo, um zagueiro pode ter nota ruim por falhas individuais mesmo em jogo que o time não tomou gol, graças a tática prever que alguém iria cobri-lo em situações assim. Ou, ainda, um atacante pode não marcar gol e ter boa nota porque criou situações (as vezes até sem tocar na bola) que permitissem outros marcarem.

Mas, voltando ao jogo de ontem... Gol no início (golaço, aliás) permite que este time faça o que sabe de melhor: deixar o brilhantismo de lado e jogar nas falhas do adversário. A linha de 4 do nosso meio-campo impedia que laterais e volantes bugrinos tivessem espaços para passes verticais. Fahel lembrou aquela partida na Várzea do Carmo, quando marcou Fumagalli pela primeira vez, e não o deixou jogar. Nossos laterais vigiavam de perto os pontas deles. Resumindo, abrimos mão da posse de bola e mesmo assim controlamos o jogo. (Repito) Sem brilhantismos individuais mas muita aplicação tática, tivemos 6 finalizações a gol contra apenas 1 deles, mesmo trocando apenas um terço de passes em relação ao time adversário.

MATHEUS - voltou a dar uma cagacinho na torcida quando, sabe-se lá porquê, tentou uma reposição de bola rasante. Mas no segundo tempo teve uma ótima defesa e também um ótimo lançamento para o TM9. Nota: 7

TINGA - melhor partida dele pelo Ju. Errou menos passes que de costume (8) e, apesar de alguns chutões para cima mesmo não sendo pressionado, esteve seguro na defesa. Finalmente acertou um bom cruzamento, que o TM9 cabeceou perto. Nota: 7

MICAEL - se alguém resolvesse criar uma estatísticas de número de roscas por jogo, ele estaria no Top 5 do campeonato. Apesar de não conseguir marcar sempre os atacantes adversários de perto, parece que ganhou a posição do Domingues. E acho que é justamente por jogar mais simples: se tem que sair na cobertura do lateral ou do Ruan, chega firme e resolve a parada. Nota: 7

RUAN - lá no início do campeonato eu já dizia: falha de vez em quando, mas é nosso melhor zagueiro por conseguir acompanhar atacantes de perto e ter uma certa noção de coberturas. O problema era que as vezes saía "na caça" em momentos errados, pois nem o outro zagueiro nem o lateral podiam lhe cobrir. Ontem Micael conseguiu fazer essas coberturas e ele pôde sair "na caça" de forma mais segura. E ainda fez o gol de cabeça. Nota: 8

COLLAÇO - fez menos faltas e foi mais a frente. Desde que tornou-se titular, partida mais equilibrada entre defesa e ataque. Nota: 7

FAHEL - só errou um passe enquanto esteve em campo. E, como já dito antes, anulou o Fumagalli, cérebro do time deles. Nota: 8

DIEGO FELIPE - 33 passes tentados, 9 desses errados. São números preocupantes para um volante. Mas, melhorou um pouco em relação às atuações anteriores. Algumas arrancadas interessantes e desarmes importantes. Nota: 6

WALLACER - novamente deixou de ser o meio central do 4-2-3-1 para alinhar com Diego Felipe no 4-1-4-1. Estas mudanças que o Dal Pozzo faz não são tão naturais para o Wallacer quanto são para o Leilson. Exemplo disso foi que só tentou 20 passes na partida toda (errou 3). O natural seria que ele procurasse tocar na bola muito mais que o Diego Felipe, mas muitas vezes não se ofereceu para isso. E essa inconstância também se reflete nas bolas paradas: é o mesmo cara que cobra escanteios que nem alcançam o primeiro poste, mas depois é capaz de cobrar aquela falta da intermediária para encontrar o Ruan no seguno gol. Nota: 6

JUNINHO - felizmente, voltou a se oferecer tanto na ponta quanto centralizado. Essa movimentação, que deveria acontecer mais seguido, dificulta a marcação adversária pois permite que nosso trio ofensivo (ele, Ramon e TM) joguem mais pŕoximos. Mas, repito, acontece pouco. Continua ganhando mais pontos pela entrega defensiva do que produtividade ofensiva. Nota: 6

RAMON - exceção ao nosso centroavante, é quem mais tenta finalizar. Mas voltou a carregar demais a bola, voltou a cansar rápido. Nota: 5

TIAGO MARQUES - golaço logo de cara e muita dor de cabeça para os 2 zagueiros deles. Em noites como a de ontem, parece que 2 é pouco para marcá-lo. Correu muito para receber lançamentos e chutões, tentando fazer parede e desafogar, e por isso estava mortinho em campo no final do jogo. Mas, volta a levar um motorádio para casa. Nota: 8

WANDERSON - tem entrado em campo para jogar simples, não errar passes e afastar qualquer perigo na frente da zaga. Mas, se a lesão do Fahel for śeria e ele for o escolhido para o cargo, precisa jogar um pouco menos simples. Ser o 1 entre as 2 linhas de 4 não significava ficar só ali centralizado, precisa fazer o "limpador de para-brisa", se movimentando em direção as laterais e fechando espaços para passes verticais. E, também, algo bem parecido para ajudar com passes na saída de bola. Nota: 5

WESLEY - entrou para ciscar na ponta e as vezes desafogar a pressão atrás, quem sabe puxando contra-ataques. Foi pouco feliz nisso, mas ajudou no que pode. Nota: 4

LEILSON - entrou no final, acho que mais para retomar ritmo de jogo do que cumprir qualquer função tática. Poucos passes, algumas perdas de posse. Nota: 4


DAL POZZO - eficiência resume a atuação. O nosso 4-1-4-1 encaixou certinho no 4-2-3-1 deles e, mesmo "entregando" a posse de bola, não deixava que eles gerassem grande perigo. Chegou a acontecer uma troca para 4-2-3-1 no segundo tempo, talvez porque o Guarani entrou com vários jogadores ofensivos que estavam tentando jogar de forma mais veloz. Se foi isto, ok; mas, se foi porque o Wanderson não consegue ser o 1 do esquema original, talvez ele não seja o melhor substituto pro Fahel. Ofensivamente voltamos a assustar no nosso melhor: bola aérea e contra-ataques rápidos. Não achei que Wesley Natã era a melhor opção para a vaga do Ramon cansado, pois Leilson poderia já ter entrado naquele momento, ajudando na marcação do lado de campo e tentando que o tivesse um pouco de posse. Aliás, para um time que estava há 10 dias sem jogar, achei que muitos jogadores cansaram rápido demais. Mas, excelente vitória e liderança de volta. Nota: 7