segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O aCesso em imagens (e sons)




 
 






























 





Créditos: 
pioneiro.com
globoesporte.com
Rádio Caxias
Arquivos Pessoais dos "Papos da Capital"

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Testemunha de além-mar

Não há palavras para descrever o que se sentiu no Alfredo Jaconi ontem. Sobre quem sentiu de longe, o Mateus Frizzo tentará colocar em palavras.

Foi foda. Já é o segundo ano que estou longe. Ano passado acompanhei pela rádio aquela eliminação inacreditável em Cianorte. Lembro que comprei umas cervejinhas, vesti a camiseta, fiquei a postos só pra comemorar a classificação. Era só administrar, eu pensei. E fizemos a façanha de tomar três. Fiquei puto, prometi que ia dar um tempo, largar o futebol de mão pelo menos até a D do ano seguinte (se é que essa constaria no nosso calendário). Mas não deu, o Juventude é parte integrante de quem sou. Dia seguinte eu tava conferindo as notícias, procurando por qualquer informação adicional. Não deu, não tem como. Se eu fosse, sabe-se lá por que raios, proibido de torcer por esse time, ou obrigado a destacá-lo de meu cotidiano, muito do que sou se perderia. E é tarde demais para escolher um outro, as inicias ECJ já estão inseridas no meu DNA. Poderia, como meu ilustre parente, me declarar rossonero ou nerazzuri :P Poderia. Mas não dá. A copinha eu pude acompanhar pelas transmissões da TV Com. Papamos. Uma nesga de esperança surgiu num grupo que aparecia forte para disputa do Gauchão. Mas todos sabemos como acabou, e como (quase) sempre acaba. Bom, o plano era a Série D, e desse ano não passa. Daí a gurizada da base foi negociada com o Grêmio. Achei que não daria tempo de ser feita a manutenção do grupo. Acho que todo mundo compreende esse pessimismo que acompanha o torcedor. Nosso recente histórico nos maltrata.   

Fonte: Facebook dos Loucos da Papada

Quase dois anos longe e muita saudade. Saudade da família, dos amigos, mas uma saudade em especial, a do Jaconi. Ontem até lancei o apelo no grupo Jaconeros para que quem pudesse, compartilhasse uma foto, um vídeo, um comentário, qualquer coisa. Me dói estar longe, sabendo que meus gritos não farão coro, serão só meus, como o de um prisioneiro alucinado clamando justiça. Um anônimo a mais, numa terra distante, encerrado em casa, vestindo uma camiseta alviverde desconhecida e sorvendo um cervejinha gelada. Daqui de longe vejo como os pequenos rituais me fazem falta. Passei o final de semana pensando nesse jogo e em como eu gostaria de estar lá. 

O gol do Rafael Pereira saiu quando eu tava no banheiro dando uma mijada. Quando ouvi o grito de GOL eu corri até a sala e colei nas caixas de som, carcando o volume lá no alto pra que os vizinhos ouvissem. Nem as gotas de mijo escorrendo pela perna impediram a comemoração. Dos males da samba-canção. 1x0. Fiquei tranquilo, embora o resultado fosse perigoso, mas o dois a zero também seria. Que situação. E os guampa vão lá e me empatam. E de novo eu tava no banheiro! Dessa vez sacudi bem e me sentei, desapontado, mais uma vez desiludido. Mais um ano a mesma história, era só o que eu pensava. Mais um ano. Eu ouvia a torcida gritando "EU ACREDITO", e eu também acreditava, ou melhor, queria acreditar. Mas o tempo foi passando, e voava!, e quando vi chegou aos 40 minutos e a torcida ainda gritava "EU ACREDITO", mas tenho certeza, que como eu, muita gente já não acreditava mais. Eu pensava: é capaz de fazerem o segundo ainda, pra nos dar mais uma falsa esperança. Comemorei o primeiro gol do Zulu com um punho cerrado e só, e colei na rádio, as caixinhas de som vagabundas estourando. E cara, CARA! nem sei direito o que aconteceu, vou ver agora. O alvoroço da torcida e a narração emocionante da Caxias e bate rebate na área, a bola sobra pro negão e é GOL! GOL, CARALHO! GOOOOLLL! ZULU DE NOVO! Derrubei a lata no carpete, soquei a mesa de vidro, tirei a camiseta, saí porta afora e gritei para que toda Dublin ouvisse "É O JUVENTUDE, CARALHO! VAMO LÁ PORRA!".

Foi muita emoção o jogo de ontem, rapaziada. Eu daria UM centímetro de pau pra ter estado lá. E UM, em se tratando de pau, tá de bom tamanho, já que eu não tô esbanjando.

Ainda não conquistamos a vaga. Ainda temos duas peleias brabas pra encarar. Ainda vamos sofrer, se mijar, se escabelar, se babar, mas sairemos vencedores. A série C tá logo ali. Estamos próximos do nosso renascimento. E quando voltarmos podem ter certeza que estaremos mais fortes. Estaremos curtidos. Temerão aquele que foi ao inferno e voltou. E o inferno é verde, a nossa torcida mostrou isso ontem. Eu, que tantas vezes critiquei a torcida do Juventude, parabenizo todos os papos que estavam presentes ontem. Foi de arrepiar. Foi fundamental.

Hoje, segunda-feira, acho que não há quem não acredite mais.

Saudações esmeraldinas da Ilha Esmeralda, meu amigos. Prego a palavra PAPO por aqui, podem ficar tranquilos. Domingo que vem tem mais.

Abraços e boa sorte a nós, PAPOS!   

Mateus Frizzo