15 de novembro de 1997, estádio Olímpico, Juventude 0x3 Vasco, eu tinha 12 anos. Fui ao estádio com minha mãe, ela nunca tinha ido a um estádio de futebol. Meu pai estava em Caxias, meu avô tinha falecido havia 4 dias, o Nono Molin, grande figura, morreu em casa, deitado à rede, lá pros lados de São Gotardo-Vila Seca. Estávamos na semifinal do Brasileiro, nos classificamos após um empate com o Bahia, a equipe nordestina então foi rebaixada à Série B. Não podíamos jogar no Jaconi, por causa daquelas frescuras de capacidade do estádio e tal, o público em Porto Alegre foi pouco superior a 6 mil, é, coisas de CBF. Lembro que naquela época o Edmundo era o cara, era o Animal, se não me engano se consagrando artilheiro daquele brasileiro. Perdemos por 3 gols, Edmundo fez o último, de penal, já aos 46 do 2° tempo. O Vasco ainda sairia campeão daquele Brasileiro. Meu Ju foi guerreiro, lutou como gigante, era a terceira temporada seguida na série A, e já estava lutando contra os grandes, nos dois anos seguintes, nossas glórias. Velhos tempos, bons tempos.
Na última terça-feira, fomos a Salvador jogar contra o Bahia, saímos perdendo, 2x0, numa reação digna dos velhos tempos empatamos. Sábado jogaremos contra o Vasco, no Jaconi, ingresso barato, a equipe em ascensão. Uma seqüência de jogos que mexeu com minhas lembranças. Uma vitória no sábado e os bons tempos começam a ficar possíveis, começam a ficar próximos. Papada, sábado teu lugar é no Jaconi!
Texto de Guilherme Molin