quinta-feira, 11 de março de 2010

Futuro ameaçado?

Texto de Fabio Ramos Berti

A ideia de que o investimento no Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC) representaria um futuro brilhante para o EC Juventude foi consensual. Não lembro de ter ouvido uma única voz dissonante. Inclusive, a real dedicação a esse grandioso projeto foi o que respaldou a presença no clube de um dos dirigentes mais fracassados de nossa longa história – realmente não dá para esquecer dos fatídicos 8x1 para o Ínter e do rebaixamento à Série C. Mas a situação da obra parece estar bastante complicada.

Há algumas semanas, o assunto já rondava os bastidores juventudistas. Hoje, veio a público em reportagem do jornal Pioneiro. Alguns pontos são esclarecidos pela atual administração do clube, relacionados principalmente à falta de grana. Sim, grande parte daqueles famosos valores recebidos da empresa Abyara pela venda da antiga sede, foram “torrados” para pagar salários e altos bichos na hora do desespero para gente do naipe de um Lopes, e outros como Juninho, Mendes e cia. Aliás, ainda conseguimos tomar nova reclamatória trabalhista do Ivo Wortmann, o que pode acarretar uma onda de ações. Certamente, quem trabalha com competência, merece ser devidamente remunerado. O que, digamos, não foi exatamente o caso aludido.

O problema maior, entretanto, é o planejamento equivocado. Há algum tempo, lembro que discutimos sobre prováveis erros no projeto do CFAC. Falei dos campos sem drenagem, o que até poderia ser refutado por técnicos. Nem entramos muito no mérito. Agora, sabe-se que a arquibancada dos campos “de cima”, apresenta risco de desabar; que o belíssimo ginásio, onde comemoramos no ano passado nosso aníver e os 10 anos da grande conquista, foi construído sobre área de bacia de captação e poderá até ter uma parte desmanchada; isso tudo entre outras cositas mas.

Uma multa já foi aplicada pela secretaria do Meio Ambiente. Agora, o assunto estaria com o Samae. E não vou entrar nessa de retaliação do presidente do órgão – Marcus Vinicius Caberlon, várias vezes dirigente da SER Caxias. Estão dizendo no clube que é possível solucionar o problema até o final do ano. Não seria um prazo longo demais para quem necessita urgentemente criar e vender jogadores para se manter? E o nosso futuro, como fica?

Apenas deixo mais uma perguntinha: não chegou a hora de todos nós, papos apaixonados, começarmos a separar o joio do trigo, ou seja, quem realmente faz pelo clube dos que o usam apenas como trampolim pessoal?

5 comentários:

Rudi disse...

Vem cá, mas essa obra não tem Licença Prévia e EIA- RIMA? Com a palavra, os órgãos responsáveis (FEPAM e SEMA)...

Viccari disse...

É, tudo isso que veio à tona é complicado. Gostaria que fossem apurados os detalhes técnicos que tanto falam, mas que ninguém provou. Quanto ao nosso ex-treinador: duas quedas e duas ações judiciais. Será que agora vão aprender?

Caminhada do Juve disse...

Mas isso não teria que passar pela prefeitura??
Acho que tem gente agindo de má fé.

Fernando Frizzo disse...

Exatamente, como construir "apenas um ginásio" sem nenhum laudo e com ampla divulgação na mídia de tal feito. Era óbvio que as autoridades iriam fiscalizar, agora a importância que as pessoas ditas "preocupadas com o futuro do clube" deram para esse assunto, notamos agora. Que baita planejamento em Boffinho!!!!

Guilherme Molin disse...

Acredito que havia licença ambiental para a obra, mas pode ter ocorrido alguma mudança no projeto, o que justificaria a multa...
mas em qualquer um dos casos é dificil acreditar em tamanha irresponsabilidade.