sexta-feira, 30 de abril de 2010

O caso Lauro

Ontem foi dia de reunião. E não apenas no Estádio Alfredo Jaconi. A diretoria do Consulado Juventudista em Porto Alegre se reuniu em seu reduto, o Bar Funilaria, para acertar alguns assuntos internos importantes. Mas, como não poderia deixar de ser, o assunto que mais perdurou foi o anúncio da saída do Lauro. Resolvemos, então, que eu postaria esse texto levando a público a nossa opinião em relação ao caso.

A direção do Esporte Clube Juventude errou duas vezes nesse caso. A primeira no início do ano, quando já não pretendiam mais contar com o futebol do baixinho. Naquela época, por mais que a sensibilização externa pressionasse, seria aceitável não renovar seu contrato. E digo aceitável porque poderiam ter apresentados pontos que fizessem que a dispensa fosse aceitável: dar moral para os meninos que vem surgindo ou utilizar de seu salário para a contratação de novos jogadores. Mas a direção não fez isso. Lauro aceitou a redução salarial e permaneceu no Jaconi.

Pois, agora em abril, veio o segundo erro da direção. Não se pode dar ao Lauro o mesmo tratamento que um Marcos Denner ou um Fred recebem. Ele não pode ter simplesmente seu contrato rescindido. E muito menos é função de qualquer pessoa escolher se ele deve ou não se aposentar. Além disso, os meninos da base não têm correspondido e todas as barcas que chegaram ao Jaconi trazendo jogadores ainda não foram capazes de minimizar a importância de Lauro no plantel. Mesmo que o futebol já não seja mais o mesmo, a condição física atrapalhe, e existam 2 ou 3 volantes com mais condições de serem titulares, tenho certeza que em muitos momentos da Série C de 2010 o futebol de Lauro (mesmo o atual) fará falta.

Rogério Ceni e Marcos já não são mais os mesmos, mas ainda continuam com as camisas 1 de seus times. Deisler abandonou a carreira por problemas pessoais, mas o Bayern de Munique estendeu seu contrato por mais 5 anos para caso ele resolvesse querer jogar denovo. Baresi e Maldini quiserem jogar até quase 40 anos e o Milan fez questão de que ficassem em seu plantel, jogando apenas quando suas presenças se faziam necessárias. Depois da aposentadoria sim, assumiram cargos de auxiliares ou olheiros. Essas são políticas que os grandes ídolos merecem...

Lauro Antonio Ferreira da Silva é simplesmente o maior ídolo dos quase 100 anos de história alviverde. E, como tal, deveria ter sido tratado com mais respeito.

20 comentários:

Viccari disse...

Toda a história tem um quê de mal-entendido, como foi abordado no fim do dia de ontem e no dia de hoje nas mídias impressas, online e no rádio. Porém, mesmo que tudo se explique, fica a certeza de uma má condução do episódio, e nisso eu incluo a entrevista "em off" (como o próprio Lauro disse) e sua posterior publicação. Sinceramente, fiquei extremamente abalado e sentido com toda essa história. Nunca vi um jogador tão comprometido com as cores e com a história do Juventude como o Lauro foi e é. Lauro é ídolo. Lauro é supremo. Lauro participou de TODAS as nossas principais conquistas, como titular e GUERREIRO, sempre. O caso Lauro merecia um pouco mais de atenção de nossa diretoria. Em nossos corações, Ele sempre vai estar envergando a camisa listrada alviverde, representando tudo o que esta camisa sempre simbolizou: raça, dedicação e amor ETERNO e INCONDICIONAL ao Clube. Acho que o Lauro já tomou a decisão dele quanto a não jogar mais pelo Juventude. Porém, Lauro merece, no mínimo, um jogo de despedida com a CASA CHEIA, e merece ser APLAUDIDO DE PÉ e ovacionado por toda a torcida alviverde. Mais do que isso, Lauro é eterno e ídolo, e merece um cargo vitalício no Alfredo Jaconi. Merece ser imortalizado por tudo o que já fez e por tudo o que representa para nosso amado Juventude. Obrigado, LAURINHO GUERREIRO, por tudo.

Guilherme Molin disse...
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Guilherme Molin disse...

Espero que os entendidos em futebol não me venham aqui para dizer que o Lauro não tem mais futebol para jogar neste Juventude de série C. Pelo que o baixinho mostrou nas poucas oportunidades que teve no gauchão, dá para ter uma idéia de quão importante seria sua permanencia para o brasileiro. Mas realmente o caso não é esse, não estamos discutindo o futebol de um dos maiores ídolos das história do Ju, e sim o modo imperativo como esta sendo designada sua aposentadoria. Como bem o Pablo falou, e ontem discutimos a respeito na reunião, não cabe a ninguém, a não ser ao próprio Lauro a decisão de parar de jogar. Se ele não estava mais nos planos do Ju, então o que não renovassem no início do ano. Se ele quiser continuar jogando duvido que fique mais de duas semanas sem contrato e ainda não será em qualquer time minusculo como o do posto. Mas acredito que o Lauro acabe aceitando um cargo dentro do JU, pois nós sabemos, e ele sabe que o Juventude é maior que quaisquer pessoas que estajam a sua frente.

Fernando Frizzo disse...

Realmente Gui..

O Laurinho tem futebol pra no mínimo ser um ótimo reserva para esta série C. E isso falando na situação ATUAL, no passado não dá nem pra comparar!
O Lauro é o MAIOR (de importância né!! :D) JOGADOR DO JUVENTUDE DE TODOS OS TEMPOS.
Aliás, por enquanto só fica atrás do Alfredo Jaconi como pessoa que mais contribuiu para o E.C. Juventude. Digo por enquanto, pois no momentno que ele participar também das funções diretivas, terá se equiparado ao grande Alfredo Jaconi (que além de atleta foi quase todas funções possíveis dentro do clube).

Ninguém tem o direito de dizer a ele a hora de parar de jogar futebol, e sim devemos respeitar e apoiar qualquer que seja a sua escolha.

Ontem na reunião pude notar o qto esta notícia mexeu profundamente com todos os integrantes do Consulado, eu estou extremamente triste por toda esta situação, e desejo tudo o de melhor pro Laurinho,pra toda a família dele e em especial ao Poletti, cunhado dele e membro do Consulado, força ae nego véio!

Abraços

Anônimo disse...

Execelente texto.Porém já externei meu pensamento de que o LAURO não é imprescindível e não fará falta, porque APENAS a sua presença em campo não tem sido relevante para o JUVENTUDE. Lembro que o LAURO (que é um ótimo jogador)não faz gols. Lembro que ele estava presente quando do rebaixamento para a série B e da B para a C, sem contar que ele jogou aquele humilhante 8 x 1. Isso significa que ele não é SALVADOR DA PÁTRIA e não pode ser conduzido a esta ilusória condição. Longe de mim desmerecer a obra que ele ajudou a construir, mas atualmente, o JUVENTUDE precisa renovar os ares, e o LAURO também. Se a direção falhou na condução do processo (e tudo aponta para isso), deve ter a humildade de corrigir o erro e acertar o desligamento dele em bom nível que é o míinimo que ele merece. Muito sucesso para o LAURO Guerreiro esteja onde estiver.

Anônimo disse...

O comentário anterior foi escrito sob a proteção do art. 5º, inciso IV, da Constituição Federal que assim dispõe: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato."

Guilherme Molin disse...

é Bob, essa é exatamente a discussão que não é necessária, se ele ainda é ou não um jogador imprescindível para o time é o de menos, e as opniões serão bastante distintas, o caso aqui tratado é: quem pode determinar a aposentadoria de um atleta? E como esse epsódio foi tratado pelos responsaveis.

Anônimo disse...

eu abordei esse ponto, GUI...
olha só: "Se a direção falhou na condução do processo (e tudo aponta para isso), deve ter a humildade de corrigir o erro e acertar o desligamento dele em bom nível que é o míinimo que ele merece".

Viccari disse...

Na minha opinião, não fazer gols não significa nada (exemplo: Mauro Silva, tetracampeão em 94). Segundo, o Lauro joga mais que muita gente do nosso time, fora a garra, liderança e comprometimento, que dispensam comentários. Mas, certamente, não é esse o ponto, e sim, o tratamento que o maior ídolo da história do Juventude merece. Para corrigir a burrada, no mínimo marquem um jogo de despedida contra um selecionado de 94-98-99.

Anônimo disse...

Concordo. Um jogo de despedida em grande estilo. Mas, para isso, é fundamental que as partes (Lauro e direção) estejam em paz, com a crise já superada. Vamos aguardar.

Guilherme Molin disse...

"deve ter a humildade de corrigir o erro e acertar o desligamento dele"
Bob, há certas atitudes que não são resolvidas com panos quentes. E isso é uma pena, não precisavamos deste tipo de coisa num momento tão delicado quanto esse, em que a direção necessita tanto do apoio da torcida. Espero que não fique sequelas deste caso, mas há manchas que não desaparecem.

Rudi disse...

A Diretoria Executiva do E.C. Juventude falhou na condução do processo. Jogo de despedida, com toda a pompa e circustância, é o mínimo que o Lauro merece.
Valeu por tudo, nobre Guerreiro! Sai dos gramados pra ser imortalizado na história!

Pablo Cavalcanti disse...

Apesar de ter sido o escritor do post, lá vai minha opinião pessoal.

Com o plantel atual do Juventude, o Lauro ainda seria meu titular mesmo aguentando só 60 ou 70 minutos.

E quanto ao total desrespeito da direção com o Lauro, acho que um jogo de despedida é pouco para se redimirem.

Acho que temos que pôr em prática aquela campanha que eu alguém sugeriu ontem na reunião. Que nomeiem o CFAC como Lauro Antonio Ferreira da Silva.

E que pintem seu rosto no ônibus, volte a ser fundo de tela do site e tudo mais que ele merecer.

Unknown disse...

A enorme repercussão desse episódio deve servir, DEFINITIVAMENTE, para que as pessoas entendam que o Juventude não tem donos! Ninguém, mas ninguém mesmo, tem o direito de tomar atitudes intempestivas e desproporcionais como essa. Não se brinca com a história, nem com ídolos. Por mais que houvesse justificativas de quem tomou a decisão no clube, de ordem técnica ou comportamental, nenhuma seria suficientemente forte para determinar tal desfecho. Ídolos não são escolhidos, não são eleitos, eles se constituem naturalmente. Valeu, Laurinho!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lucas disse...

lauro o maior de todos,agora basta a direcao esperar mais 100 anos para surgir outro idolo,depois nao sabemos porque nosso time esta nessa situacao.direcao nao teve a capacidade de conversar com o lauro e ouvir o que ele estava planejando para o final da carreira

Igor disse...

Acho que no nosso atual time, no meio campo (sem querer estender aos demais setores), o Lauro é o que mais pensa o jogo. Mesmo que seu prepáro físico não suporte 90min, acho que um cara que sabe cadenciar o jogo quando o time está ganhando - após os 20min do segundo tempo por exemplo - não deve ser dispensado. Um jogador comum, tendo uma reposição à altura, até concordo, mas esse não é o caso do Lauro.

Tiago Dal Zotto disse...

Acho que todos concordamos que a direção conduziu mal este caso. E se tentar voltar atrás vai passar a todos uma falta de convicção (e segurança) nas próprias decisões.

O que tem que fazer agora é o que já foi dito aqui: um grande jogo de despedida, com todas as solenidades que ele merece. Como o Pablo muito bem escreveu, Lauro não pode receber o mesmo tratamento que Denner ou Fred. Tratá-lo assim é passar por cima da história do Juventude.

Viccari disse...

Nenhuma homenagem que for feita a este guerreiro será desproporcional. Como o Pablo sugeriu, o Lauro merece um grande jogo de despedida (estarei presente custe o que custar), faixas de todos os segmentos da torcida alviverde (inclusive dos Papos da Capital), merece ser o plano de fundo de nosso site, merece vir nas etiquetas da Penalty em nossas camisetas, merece ter seu nome no CFAC. É ele o Guerreiro, é ele nosso ídolo. Ele é uma das razões pelas quais vou, desde meus 3 anos de idade, ao Alfredo Jaconi. Com ele em campo, tinha-se a certeza de garra, entrega e dedicação em campo. VALEU, LAURO!

Abimael disse...

Eu sou a favor da saída do Lauro. A forma como foi eu desconheço e, se foi desrespeitosa, merece nossa censura. Porém, quanto ao futebol, na minnha opinião, ele tá devendo faz tempo ...