JUVENTUDE 2x1 Caxias do Sul

Pela terceira vez consecutiva, o maior clássico do interior do Estado é marcado para meio de semana em um horário esdrúxulo. Pela quarta vez consecutiva o Juventude entra em campo inferiorizado em relação ao Caxias do Sul, que era vangloriado, idolatrado e exaltado pela imprensa. Pela quarta vez consecutiva o Juventude joga muito melhor, e desta vez GANHA do Caxias do Sul. Assim começa a minha narrativa do jogo do ano até agora.

É o clássico. Ponto. Quem discordar, é no mínimo avoado. Os ânimos, como sempre, acirrados. O jogo, como nunca, aberto. Torcida do rival azul-grená animada, torcida alviverde cada vez mais alviverde. É, aquele 2x2 do ano passado só nos fez muito mais juventudistas. Muitos espaços vazios no estádio. Preço? Por mim, se cobrava R$100,00.

O Caxias do Sul ensaiou uma falsa pressão. Apenas concluiu mais nos primeiros minutos, nunca com perigo. O controle do jogo era alviverde, desde o início. E é aí (na metade do primeiro tempo), que houve uma queda de energia elétrica. O comandante ceruleogrená indignado (como sempre), reclamando do Juventude (sendo que vários quarteirões estavam sem energia) pela falta de luz. Até aí, tudo dentro da normalidade. No sistema solar grená, o centro é o Juventude. Sempre foi.

Na volta da energia, o jogo se decidiu. O Juventude amassou. Amassou. Amassou. Controlou todo o jogo, de uma área à outra. Jardel fez um lançamento de muito longe, na medida. Pico cruzou com maestria, não menos do que isso. Zulu arrematou para o gol. A bola tirou tinta. Quase um golaço. Calma, ele ainda viria. Mais um lançamento de trás, Cristiano toca de calcanhar, de primeira, brilhante. Jardel, que ia dominando para a esquerda, vê a bola bater em sua perna e cair, na medida, para o arremate de longe. Entrada atrasada e criminosa do grená, arremate alviverde preciso, de longe, perfeito, no ângulo. 1x0. Domínio refletido no placar.

Em seguida, bola enfiada para Zulu, que divide/tira do goleiro, e ela sobra para o craque. Contestado pelos rivais, com muita calma, ele colocou no contrapé do goleirinho. Caixa. Bucha. Golaço. 2x0. O placar era, neste momento, justo. O Caxias do Sul concluiria apenas mais uma vez a gol, sem perigo. O primeiro tempo acaba, e, no placar, a mesma superioridade de anos a fio, está refletida.

Começa o segundo tempo e as propostas são bem claras: Equipe grená no desespero. Juventude controlando o jogo, tocando a bola, amarrando aqui e ali à espera do golpe fatal. Poucas chances de gol e muita vibração dos jogadores alviverdes. Boas substituições de nosso interino (talvez já efetivado a esta altura), e, na popular bola louca, quando nossa defesa se desentendeu, os rivais diminuíram.

Impossível esquecer do jogo do ano pasado. Mas dessa vez foi diferente. Contra um rival que pouco ou nada fez, se preocupou em discutir e distribuir botinadas mais uma vez, o Juventude se impôs e mostrou quem manda no mais bonito, melhor e mais importante estádio do interior do Estado. Venceu. Convenceu. Arrancou para a liderança isolada.

Não nos animemos muito, porém. O time precisa de muitos ajustes ainda. Mas comemoremos demais. A vitória foi merecida, foi sensacional.
Não vou citar nomes de jogadores, pois todos foram brilhantes. Honraram a camisa alviverde.

Ao término da partida, a torcida do modesto Caxias do Sul fez o que mais gosta: ficou sentada (como no restante do jogo), admirando o letreiro de "CAMPEÃO DO BRASIL" e a comemoração alviverde.

Por motivos profissionais, não pude comparecer ao jogo. Mas tenho certeza de que está acontecendo uma carreata neste exato momento em Caxias do Sul. Da torcida do verdadeiro time da cidade, que honra seu nome, suas cores e sua torcida. O time que não perde um Ca-Ju a muito tempo e muitas partidas. Como disseram os simpatizantes deles no ano passado: ASSIMILA!

Abraço a todos os papos de fé, e comemoremos muito! Vencemos o clássico. Somos líderes. O ano começou bem.

PS: agora começa o trabalho de resgatar os comentários do nosso querido amigo, fã e pela-saco Grená Abusado. Leiam com atenção tudo o que ele escreveu, principalmente o último comentário.