Salve Papada!
Faz algum tempo que estou para escrever sobre isso. E confesso que o faço com tristeza e pesar. Principalmente por saber que a derrocada anunciada é, acima de tudo, o despencar de nosso clube no cenário nacional.
Porém, esse post não é apenas sobre a ascensão e queda do E.C.Juventude. É sobre o definhamento do futebol do RS.
Comecei a acompanhar futebol desde pequeno, lá nos anos 80, onde mal tínhamos um Campeonato Brasileiro de Série A minimamente organizado. Por ser ainda guri, pouco posso falar sobre os anos 80.
Já no finalzinho dessa década e início dos anos 90 começa a aparecer um crescimento do futebol do RS como um todo, com os times da capital na Série A e a Dupla ca-JU na B. Mas foi no intervalo 91-2000 onde o futebol do Interior mostrou a sua pujança. Foi nessa época que surgiu a expressão "Terceira Força", com o primeiro título gaúcho de um time do interior (vamos combinar, né? O Gauchão começa em 61, com a divisão especial!), e ainda por cima de maneira invicta! Várias decisões regionais sem um dos 'grandes da capital', alguns vice-campeonatos, títulos nacionais de série B e Copa do Brasil, foram outros feitos do futebol do nosso interior.
O ápice foi em 2000: um time participando da Copa Libertadores, outro ganhando o estadual. O RS, nesse ano, teve 3 times na Série A e 2 na B! Tudo bem, foi Copa João Havelange, mas não importa. Pelo contrário, confirma o respeito e respaldo que o futebol do RS tinha no cenário nacional. Pois foi daí que a coisa começou a degringolar.
Para ilustrar o que se seguiu, podia escolher outro fato qualquer. Porém, nenhuma cena explica melhor o começo do despencar do futebol gaúcho do que essa. Em 2001, num jogo decisivo para subir de série (e poder fazer o RS ter 4 times na elite do futebol nacional), o time grená protagoniza em SC o momento mais nefasto de sua história, manchando todo o resto do estado: o cai-cai diante do Avaí, lá na Ressacada. Mas a bola pune, e nesse ano um tal de Abimael tratou de fazer a justiça.
De lá pra cá, todo o futebol do interior definhou. Muito por culpa da federação gaúcha, que na mão do atual mandatário apenas focou o futebol de POA (são 5 times em 16 no gauchão série A), tranformando o estadual em um torneio elitista, acabando com as rivalidades regionais e com times tradicionais, como a dupla de Bagé, os 3 de Rio Grande, e outros. Quantos anos ficamos sem ca-JU? E sem bra-pel? Pois é... Mas a culpa também é dos clubes. Nosso JU chegou ao fim do poço em 2010, disposto a cavar ainda mais, caindo pra Série D. Outros 2 times do estado apodrecem há anos na C. Um, pra não fechar as portas, teve que passar a ter dono. Outro consegue ficar 8 anos na B do gauchão. Nenhuma outra força surge. As torcidas encolhem e somem, aumentando a massa baba-ovo de sofá dos times da capital.
Acham que eu não tenho razão? Vejam o futebol de SC no cenário nacional. Provavelmente terá 1 time na A e 2 na B. E MG? Poderá ter 3 na A e 2 na B. O RJ conta hoje com 4 na A e 1 na B. Até o CE, vai ter um na A e um na B... É gurizada, a coisa tá feia, mesmo.
Mas o que fazer para mudar esse quadro? Eu tenho meus palpites (e posto eles mais além), mas agora quero saber dos de vocês.
Abraço.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagens
4 comentários:
Muito bom o teu post, Rudimar!
Acho que mudar o quadro atual passa pela profissionalização do clube. Pois, convenhamos, não se faz mais futebol como antigamente. Hoje, qualquer perna de pau ganha 20, 30 mil por mês. Daí fica difícil...
Precisamos nos profissionalizar. Ser um clube referência em seriedade e trabalho bem feito, para que possíveis investidores (patrocínio) possam ter a garantia de que sua marca estará em boas mãos...
Fora isso, subir aos poucos e ir se estruturando como clube. Não adianta demorar 6, 7 anos pra chegar a Série A e depois ficar um ano e cair...
Essa é minha opinião.
Quando à papada, não precisa mudar nada. Essa torcida dá orgulho!
DÁ-LHE PAPADA!
Tbm concordo com o Douglas exelente post do Rudimar!
-Bem! Tbm tenho minhas opinião!
Ainda acredito que foi mais por más administrações que nosso JU caiu tanto,não pode um clube que ficou 13 anos na elite,campeão da copa do Brasil,campeão da série B e campeão gaucho invicto e 9 mil e poucos sócios pode cair tanto assim!
A federação tbm contribuiu e muito até o Cruzeiro/RS tudo bem fez muita história antigamente e conheço torcedores sócios e fanáticos desde aquela época,mas o Porto Alegre? (Antigo Lami)Claro né,convenhamos tem o Assis,Ronaldinho como donos! È uma vergonha ter que aceitar isso.
Mas tenho uma impressão ou melhor uma luz no fim do tunel! Sempre acreditei até aste ano ano onde caimos novamente,ainda alguns amigos do consulado que não me recordo quem foi que disse que já havia cansado de acreditar,mesmo assim acreditei até o último minuto.
Mas temos algo de bom! Acredito que o Brunoro(Por mais que eu não me recordava dele) acredito que por algo de bom ele nos procurou eo clube se deu por conta de onde estamos e deu uma sacalhada no pessoal como nunca tinha acontecido e ainda mais a torcida está apoiando o clube estamos unidos e agora acredito que temos que ter os pés no chão para naum cometer mais erros e claro lutar por um patrocinador de nivel naum como nos últimos anos que ...?
Mas eu acredito que "CHEGA DE SOFRER".
"TORCER PARA O JUVENTUDE NAUM É APENAS UM ORGULHO E SIM UMA QUALIDADE..."
Na minha opinião a bipolarização do futebol do estado é uma das principais causas da derrocada de todos os clubes do interior. Tudo é dupla gre-nal, e o interior definhando. Tudo bem, juntos eles devem ter mais de 90% dos torcedores do Estado, e isso justifica ações da mídia e patrocinadores em prol deles. Mas não justifica, nem um pouco, os inúmeros favorecimentos praticados pela Federação. Esta sempre compra todas as brigas da dupla gre-nal, mas na hora de ajudar o interior, lava suas mãos. Contribuem para isso os "torcedores" do interior que, ao invés de apoiar os times de suas cidades ou regiões, babam as bolas dos times da capital, e enchem o peito de orgulho para falar disso. A bipolarização faz os clubes do interior definharem. Mata, esquarteja e acaba com as rivalidades nas cidades do interior, e suga todos os recursos financeiros. Nem mesmo o "banco de todos os gaúchos" escapa. Nem mesmo empresas com sede no interior escapam, pois enviam suntuosos recursos para Porto Alegre. Não estou dizendo que taos empresas não devam visar o próprio lucro, mas acredito que não seria nada incoerente apoiar os clubes das cidades onde estão sediadas. Especificamente falando do Juventude: aproveitamos muito bem o período da parceria com a Parmalat, e também o período pós-parceria: profissionalizamos o clube em todas as áreas, constituímos imagem, patrimônio e aumento de torcida, e levamos o nome do Juventude ao mundo inteiro. Porém, sucessivas más administrações, pouco apoio local, e a falta do "faz-me-rir", que é quem movimenta o mundo da bola, acabaram nos colocando onde estamos hoje. Mas voltaremos.
Rudimar, também torço pelo nosso Juventude desde os "velhos tempos", participei da fundação da torcida Mancha Verde e faz algum tempo que venho me preocupando com isso e temo pelo futuro do nosso Juventude. Ouvi certa vez que um dos clubes da capital estaria com os planos de chegar a (acho que cem mil sócios), não tenho certeza do número mas uma constatação é óbvia, para chegar a um número maior de sócios teria que passar a ter sócios fora da cidade de Porto Alegre.
Aí é que entra o auxílio aos grandes (inclusive por parte da federação) para que o interior passe a torcer para aquela dupla de Porto Alegre.
Acredito que a intenção deles é que o mundo volte aos anos 70 ou 80onde o clube da cidade era sempre a segunda opção de torcida (após um da capital), onde era comum vermos camisas destes clubes em nossos estádios.
Já lutamos uma vez contra isso e não desistiremos agora. Podem tentar mas não vão conseguir. Nossa torcida é só nossa!!!!!!
Um abraço; Eduardo Sacchet
Postar um comentário