segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Considerações sobre o clássico

E ae Papada!

Cabeça ainda um pouco quente depois de quase ganhar o Ca-Ju (jogando melhor que eles pela terceira vez no ano). Coração ainda doído pelo gol nos acréscimos. Vou tentar fazer uma análise do jogo a partir das mais diversas esferas.

1- O jogo

O Caxias começou tomando a iniciativa (o que não significa estar melhor). Chutou algumas bolas de longe (e para longe), e não exigiu o bom goleiro Jonatas. Aos 18 minutos, em bola que o Juventude levantou para a área, o bom Celsinho subiu mais que todo mundo e testou firme para abrir o placar. Na saída de bola, Umberto roubou a bola (sem fazer falta) de Marcelo Costa e, no contra-ataque, Espiga apareceu pifado na cara do goleiro do Caxias para encobri-lo em um lindo gol: 2x0. Depois disso, o Juventude passou a jogar com inteligência, fechando o meio e saindo só na boa. Jogou para o gasto até o fim do primeiro tempo. O Caxias não criou muito, e na sua principal jogada, Marcelo Costa tirou uma bola que ia em direção ao gol. No segundo tempo, o Caxias veio para a pressão, sem criar muitas chances. Fez um gol em uma jogada de escanteio, e outro no abafa, depois de uma bola bem escorada pelo Lê, já nos acréscimos. O Juventude estava visivelmente esgotado, e a retirada dos dois meias (Christian Yeladian e Cristiano) puxou o Caxias ainda mais para o nosso campo. Resultado injusto pelo belíssimo primeiro tempo do Juventude.

2- A arbitragem

Impossível passar despercebida. Vinícius Costa ignorou várias agressões (principalmente no primeiro tempo), como cotoveladas, socos, pisões e chutes. O Caxias estava visivelmente nervoso e abriu a caixa de ferramentas, manchando um pouco o clássico. Ouvi grenás reclamarem de pênalti em dois lances. Sinceramente, deveriam tentar o vôlei. Ou então pegar os apitos da torcida e apitar o jogo. Não houve nada em nenhum deles. Vi uma falta CLARÍSSIMA de Edenílson em Jean Coral, fora do lance, para cartão vermelho, em um contra-ataque que fatalmente seria mortal (desculpem a redundância) quando o jogo ainda estava 2x1 para o Juventude, perto do fim. Por falar em fim, quase seis minutos de acréscimo em um jogo sem expulsões é um fato sem precedentes na história do futebol mundial. Sem comentar os três minutos que ninguém entendeu no primeiro tempo. A impressão que deu foi que o sr. Vinícius Costa, com todo o respeito, entrou em campo para empatar.

3- A torcida (parte boa)

Público fraco. Muito fraco. Pouco mais de dez mil pessoas é uma vergonha para um jogo do tamanho de um Ca-Ju. Vi a Papada cantar TODO o jogo, enquanto os grenás só comemoraram seus dois gols e o término do jogo. Os alviverdes realmente deram um show, e isso já está se tornando marca registrada em Ca-Jus. Toda a provocação dos grenás é legal, e faz parte. É muito bom resgatar a velha rivalidade local, que estava um pouco sumida. Mas comemorar vitória que não aconteceu e rebaixamento que não aconteceu (apesar de provável) é condenável. A língua é o chicote da bunda, e isso pode ser usado no futuro.

4- A torcida (parte ruim)

Provocações baratas dos dois lados: faz parte. Provocações infantis e nada profissionais partindo de jogadores grenás ao término da partida (incluindo aí ex-jogadores papos): lamentável. Não tem desculpa. Não tem como aceitar. A Papada não vai esquecer, nem que passem mil anos, as atitudes de Alisson, Fernando Wellington, Rodrigo Paulista, Adriano, Anderson Bill e os demais. Bela forma de agradecer o clube que os acolheu, senhores Alisson e Fernando Wellington. Bela forma de retribuir todo o carinho que o Juventude te deu depois da tragédia que acometeu teu filho, senhor Fernando Wellington. Depois desse papelão destes que se dizem profissionais, a torcida, machucada pelo inexplicável acréscimo de seis minutos, revoltou-se e começou a baderna. Todas as atitudes de depredação e violência foram deploráveis, inclusive da Brigada Militar, que bateu parelho, em mulheres e crianças inclusive, e que inclusive apontou armas para a torcida. Eu vi. Ninguém me contou nada. Outra coisa lamentável (mas que não tem a ver com a torcida foi o fechamento do bar da torcida adversária na metade do primeiro tempo. Papelão, novamente. Confesso que não vi a agressão ao repórter da Rádio Caxias, mas foi uma atitude a se lamentar, de qualquer maneira.

5- As consequências

O Juventude honrou sua camisa. Depois de muita provocação e ladainha dos grenás, entrou em campo com a cara de Beto Almeida: jogou e não deixou jogar. O time foi muito bem em todos os setores e se não fosse o cansaço (principalmente dos que não vinham sendo titulares), teríamos ganhado o jogo talvez com um 3x1. O resultado foi péssimo para o Juventude, que agora tem que ganhar as próximas duas partidas para evitar mais um rebaixamento. Difícil, mas não impossível. De bom ficam os três belos jogos contra o Caxias. Fomos muito superiores em todos. Depois de tudo o que vi e ouvi da torcida do co-irmão, só digo uma coisa: deixe estar. O mundo dá voltas. Às vezes, muito rápidas. Às vezes, ainda no mesmo campeonato. Espero que nossa direção caia de uma vez por todas na real, e veja que todo Ca-Ju é o jogo da vida dos grenás. Comecem a fazer o mesmo que eles. Ingresso a no mínimo 30 reais, chega de dar toda a ferradura, ambiente um pouco menos amistoso. Sem agressões e violência, mas sem café da manhã, se é que me entendem.

6- Os Papos da Capital

Mais uma excursão bem-sucedida. Como me dá orgulho fazer parte deste Consulado. Presente em TODOS os jogos da série C, e certamente presentes nos dois jogos restantes, em Caxias do Sul no próximo fim-de-semana e em Criciúma, na última rodada. Sempre ao lado do Juventude. Em qualquer divisão.

E chega de fazer conta! É entrar para vencer o ótimo e líder time da Chapecoense. Senão, é D para nós.

10 comentários:

Rudi disse...

Boa, Viccari!
Excelente cobertura. Dá a real dimensão do que foi o jogo e seu contexto. Parabéns pelo texto.
No mais, é ganhar e ganhar.
Não tá morto quem peleia, tchê!

Adilio Zaffari disse...

Muito bom comentario do Viccari!
Parabens!
Um abraço

Unknown disse...

Viccari, parabéns por conseguir manter essa serenidade e uma visão ampla e correta do jogo. cara, eu tô muito, mas muito loko.

Anônimo disse...

Não entendo como alguém que mora em Porto Alegre pode torcer por times de Caxias do Sul. Torçam para os times de sua cidade! Não é isso que vocês dizem para as pessoas que morando em Caxias torcem para um dos times da dupla grenal?

Gui disse...

é Viccari, só esqueceu um detalhe, o pré jogo. O véio tchuco grená entrou no gramado de helicóptero verde e branco! Tio Voges podia ter guardado essa grana para tentar tirar o "estádio" (ou posto, sei lá) do prego. Dizem por ai que ele pediu que fosse cor grená, mas a locadora da aeronave não sabia o que era grená. Aliás, ninguém sabe.

Gui disse...

não é só isso que tu não entende, pelo jeito é muita coisa.

Rudi disse...

Caro Anônimo, se tu realmente estivesse interessado em saber, eu te explicava (mas tua burrice não te deixaria entender). Por essas e por outras somos a maior do interior e o ÚNICO time que mete medo na duplinha do mal. O resto é lenda. Abraço e siga nos prestigiando.

Anônimo disse...

"Duplinha do Mal"!!!????HHUAHUAHUAHUHAUHAUHAUHUA
Se vocês são o bem, me digam o que estão fazendo no inferno da quarta divisão?
HUAHUHAUHAUHUAHUAHUHAUHA

Viccari disse...

Pior é que, por mais idiotas que sejam esses chupa-rolas da duplinha que aparecem por aí, é massa ler as bobagens que eles escrevem.

Viccari disse...

É verdade, Gui. Poderia escrever mais algumas coisas sobre o pré-jogo, mas a mais ridícula foi, de fato, o helicóptero.