domingo, 10 de setembro de 2017

Robocop alviverde e suas armas secretas

Micael comemora gol homenageando seus próprios balões.


São três Juvenais no ano com 2 vitórias alviverdes e 1 empate. Em Juvenal, Murphy vira Robocop. Desde a estreia do Dal Pozzo em um clássico destes, foram três jogos com três esquemas táticos diferentes e sempre a sensação de alívio para a torcida. Aquele alivio de "o pior já passou e estamos tomando fôlego para subir de novo". 

No Gauchão, as coisas estavam ruins. Robocop estreou, venceu os colorados e marcou pontos fundamentais para a classificação. Na 4ª rodada da série B, os resultados vinham mas o futebol não empolgava. Dominamos os vermelhos em seu território. Chegamos à 23ª rodada com futebol definhando a cada jogo e, novamente, saímos por cima. Sem domínio, sem brilhantismo, apenas na eficiência que se espera de um time disposto a combater o crime lutar.

E não adianta reclamar... teremos que aguentar o Robocop até o final da série B. Ele manda a campo times que parecem que não treinaram juntos. Ninguém se aproxima para tabelar, os meias não saem das pontas, os laterais quase não ultrapassam, a defesa as vezes parece que não sabe como marcar. Mas aí, do nada, o treinador tira um coelho da cartola, uma arma secreta: um WESLEY NATÃ transvertido, um meia-atacante que se movimenta por todos lugares e faz o time funcionar.

E por estas substituições que alteram o time completamente é que o Dal Pozzo vai ficando. Desde a primeira rodada, quando uma das substituiçiões foi tirando o próprio Wesley do time para ganhar o jogo contra o Luverdense, ele nos dá esperanças. Todo mundo sabe que nem sempre ele é capaz de corrigir seus erros, ainda mais com o elenco limitado que temos.... mas vai alcançar a tal meta de 45 pontos com sobras e, talvez, incomodar os de cima da tabela um pouco mais.

MATHEUS - importantes defesas. Teve azar no gol sofrido, pois apesar de ter fechado bem o ângulo, sofreu com a sorte do adversário. Puxou alguns ótimos contra-ataques com lançamentos longos, exagerou em outros. Demorou para criar culhões para sair debaixo das traves nos insistentes chuveirinhos colorados, mas foi seguro quando criou. Nota: 7

VIDAL - dificuldades defensivas. Com medo de sair da linha de 4 defensiva, passa muito tempo pedindo para Juninho e Lucas se aproximarem e marcarem na intermediária. Mas, quando a bola é lançada no seu setor defensivo, ele está desatento para cobrir espaços, como no gol sofrido. Sempre digo e, vou repetir, pelo menos não erra na saída de bola como o antigo titular Tinga. E, ainda por cima, tem enorme velocidade para aparecer na frente quase que de surpresa e depois voltar marcando. Deveria explorar mais isso. Nota: 5

DOMINGUES - é o ponto mais fraco da defesa. Desde o início do campeonato eu reclamo que ele marca mal e erra demais na saída de bola. Ganha um "ar de segurança" quando tem um lateral defensivo ao seu lado (como nos tempos que Vinicius ali esteve, ou mesmo Tinga quando fica mais preso). Mas, com a volta do Vidal, todas suas dificuldades de posicionamento e coberturas ficam escancaradas. Nota: 5

MICAEL - há 10 dias, parecia que sumiria no time. Mas aí Ruan foi vendido, Mauricio não foi bem nos treinos e ele mostrou que pode ser uma boa arma. Deu seus balõezinhos como sempre, temos que mencionar. Mas, todo senso de cobertura que Domingues não teve pela direita, Micael deu aula pela esquerda. Ficou muito mais na sobra do que no combate, mas marcou em cima também quando preciso. Primeiro gol marcado com a camisa alviverde para coroar esta boa atuação. Nota: 8

PARA - se considerarmos que ele não jogava há meses, foi ótima atuação. Se analisarmos com detalhes, houveram erros de lançamentos, pouco apoio e algumas falhas na marcação dos ponteiros que por seu lado atuaram. Mas, cobrou faltas, escanteios e fechou seu lado defensivo quando a pressão aumentou. Nota: 6

FAHEL - se compararmos ao Fahel de outras fases desta competição, que errava no máximo 1 passe por jogo, foi uma partida mediana. Mas, errar 3 passes de 34 tentados, ainda é muito bom. Ainda mais que está posicionado um pouco mais a frente do que em outros esquemas. Maior parte do tempo era responsável por marcar o Edenilson individualmente e fez isto muito bem. Nota: 7

LUCAS - normalmente se espera que, mesmo alinhado com Fahel, parta dele a iniciativa de se oferecer mais na saída, mas isso não ocorre. Em números por exemplo: só executou 22 (errou 2), 12 a menos que seu parceiro. Ainda perdeu a bola 7 vezes. Da mesma forma que Fahel estava no Edenilson, era para ele marcar Gutierrez em cima, mas sofreu com isso. Ainda é nosso melhor segundo volante, mas não tão melhor quanto já foi. Nota: 4

JUNINHO - tanto na direita quanto esquerda, teve apenas espasmos de participação. No geral, fica fixo na ponta, não abrindo espaço para ultrapassagem dos laterais nem ajudando em tabelas pelo meio. Erra passes, perde a bola e chegou atrasado na recomposição ofensiva muitas vezes. Fiquei até surpreso de ele não ter sido o escolhido para entrada do Yago. Nota: 3

LEILSON - na minha opinião, atuava melhor que o Juninho em todos os aspectos. Sem nenhum brilhantismo, mas era mais consciente de suas funções. Nota: 5

RAMON - claramente é melhor como segundo atacante centralizado do que era como ponteiro, pois faz bem o "facão" no espaço entre zagueiros e laterais. Ainda precisa se oferecer um pouco mais para o jogo, principalmente no espaço entre meio-campo e defesa adversários, mas vinha tendo boa atuação até se machucar. Nota: 6

JOÃO PAULO - brigou o quanto pode. Deu algumas "casquinhas" em balões, cavou faltas, prendeu os zagueiros. Claramente cansou no segundo tempo, mas na minha opinião ainda é a melhor opção para substituir o TM9. Mantenha-se Caions, Mamutes e cia no banco. Nota: 6

WESLEY NATÃ - como já dito, foi a arma secreta da vez. Talvez o Dal Pozzo pensasse em utilizá-lo na vaga do João Paulo (já cansado), mas, com a lesão do Ramon, entrou mais solto e chamou o jogo para si. Fazendo vezes de atacante e vezes de meia, pressionou a saída de bola deles, puxou contra-ataques e se ofereceu para jogar nos dois lados do campo. Não sei o que ocasionou esta total mudança em seu futebol ontem, mas que a fase continue. Nota: 9

YAGO - primeiro gol como profissional em um jogo desta importância. Nem precisaria dizer mais nada, mas estou gostando desta capacidade que ele tem de fazer a diagonal direita-centro com o pé-trocado. É jovem e não me parece pronto para ser titular, mas pode se tornar boa opção para segundo tempo. Nota: 8

MATEUS SANTANA - entrou para fechar a casinha. Nota: 5


DAL POZZO - repito um pouco do que já falei sobre o Robocop lá no início. Continuo não gostando da rigidez de seus times escalados, com pouca aproximação, zero movimentação e muita bola longa. Mas, novamente, alterou a postura com substituições. Venceu o "primo rico da capital" novamente e alcançou pontuação de G4: deste jeito, não tem como ficar abaixo da média. Nota: 7

Um comentário:

Guilherme Molin disse...

Natã deve ter recebido algumas dicas sobre a sua carreira na última rodada em Curitiba.