quarta-feira, 12 de julho de 2017

Números a nosso favor (?)


Dizem alguns estudiosos (?) da história e táticas do futebol brasileiro que o esquema 4-1-4-1 foi visto pela 1ª vez no Brasil em 1981. O "Flamengo de Zico" talvez tenha sido, na verdade, o primeiro caso de sucesso no mundo que o posicionamento de um volante entre as "famosas linhas de 4" deram certo.

O esquema ficou esquecido por um tempo, principalmente no auge do 4-2-2-2, quando brotavam meias habilidosos por todos cantos do país e era difícil marcá-los com só um volante de ofício. Mas, dizem também os estudiosos, o futebol é cíclico. E os meias foram sumindo, o 4-2-3-1 ficou na moda, e os treinadores se deram conta que podiam jogar só com 1 volantão no esquema 4-1-4-1 que dava certo outrora.

E por que dava certo? Bem, são vários motivos. Os principais: 1) Com o recuo dos pontas para junto do meio-campo, os jogadores ficavam mais próximos. Desta forma, as tabelas ocorriam com mais facilidade. 2) Também graças ao recuo dos pontas, o espaço ocupado entre laterais e pontas diminuía, evitando a necessidade de lançamentos longos, que comumente resultam em erros. 3) O volante "1" pode se juntar aos zagueiros quando o time é atacado, povoando a zaga, mas também se juntar aos meias no ataque. Resumindo, o time em 4-1-4-1 joga assim para aproximar seus jogadores. Isto melhora a marcação, mas principalmente ajuda a ter a posse de bola.

Então, vamos aos fatos: Juventude número 1 na tabela de pontuação do campeonato enfrenta o Náutico número 20 na tabela (vulgo lanterna) utilizando esquema 4-1-4-1 fora de casa. O que esperamos? O time vai se defender de forma agrupada e, quando recuperá-la, trocar passes curtos e ter a posse de bola o maior tempo possível. Certo? Errado.

Errado pelo menos durante todo 1º tempo. Jogadores distantes, com marcação frouxa, sem brigar pela segunda bola, tentando passes longos ao invés de tabelas com o jogador mais próximo. Se o time pernambucano não estivesse tão nervoso pela posição que se encontra na tabela, podia ter facilmente feito mais do que um gol neste tempo. 

Mas, tudo mudou no 2º tempo. Tudo aquilo ali que eu escrevi de bom do 4-1-4-1 aconteceu. Não que o time tenha sido brilhante, mas resolveu jogar. O time se aproximou e trocou passes pelo meio. Meias se aproximaram dos laterais para tabelar, que segundos tempos estavam de prontidão para tabelar com os pontas. O gol foi merecido, mesmo que feio. O ponto na tabela foi justo, considerando tempos tão distintos.

MATHEUS - defesas seguras e não acho que foi culpado do gol. Também não lembro de nenhum cagaço em saída de bola. Exagerou em algumas tentativas de acionar rápido o ataque, mas também acertou. Nota: 7

TINGA - é um lateral, claramente, singular. Só me lembro de um cruzamento certo (aquele que o TM9 marcou em impedimento) e foi de esquerda. Seus melhores lançamentos são com a mão em cobranças de lateral. Bateu seu recorde de passes errados: 14. Mas, como todo time, melhorou no segundo tempo quando tentou passes mais curtos, ultrapassagens, etc. Nota: 5

MICAEL - achei que o gol deles foi muito mais méritos do atacante timbu do que falha nossa. Mesmo assim, Micael leva uma parcela de culpa. Claramente, o Tinga não conseguiria evitar o cruzamento. Então, sua função era se posicionar mais atrás, para que a bola não pudesse chegar na cara do Matheus como chegou. Estava adiantado e não evitou que isso acontecesse. Mas, fora isso, rebateu todos bolas que passaram por sua região do campo. Nota: 6

RUAN - era o homem que marcava o centroavante deles na hora do gol. E, portanto, também leva parcela de culpa. Talvez contasse com a cobertura do Micael, mas tinha que estar marcando melhor. Também voltou a fazer umas coberturas afoitas, deixando alguns buracos. Uma dessas situações gerou um penalti contestado pela torcida local (que teria sido, se o ananá não tivesse se jogado antes mesmo que o Ruan desse o tranco). Nota: 5

COLLAÇO - poucos erros, algumas arrancadas boas para o ataque. Mas por que não cruza? Gostaria de saber. Nota: 5

FAHEL - só 1 passe errado de 27 tentados. Cobriu buracos enquanto o time precisou (1º tempo), deu segurança pro time sair jogando depois. Podia ter sido um pouco mais participativo, mas fez seu trabalho. Nota: 7

DIEGO FELIPE - 31 passes tentados, 3 errados. Clara melhora em relação ao jogo passado, mas só no 2º tempo (quando até fez a jogada do gol). No 1º era uma múmia perambulando em campo, sem pressionar, sem recuperar as rebatidas, sem se oferecer para jogar. Lucas precisa voltar. Nota: 5

WALLACER - independentemente do gol marcado, acho que foi o melhor em campo. Só 2 passes errados de 47 tentados. Novamente recuado, foi quem mais tentou fazer a bola "rodar", se aproximando do Collaço e do Ramon (depois Leilson). Mas persisto indignado com seus cruzamentos curtos (acho que o único bom foi para o Caprini, que o rapazote-com-tamanho-de-criança cabeceu na cadeira X47 do bonito estádio pernambucano). Nota: 8

JUNINHO - pouco, muito pouco. Corretamente substituído. Nota: 3

RAMON - muitas vezes tentou ser individualista e perdeu a posse. Outras tentou passar e também errou. Teve um pouco mais de movimentação que o Juninho, mas nem por isso foi melhor. Nota: 3

TIAGO MARQUES - tentou como pode, aparecendo nas duas pontas. Mas, ao mesmo tempo, seguidamente foi indivualista quando teve a bola. Sua única chance de gol foi corretamente anulada por impedimento. Nota: 6

CAPRINI - entrou no lugar do Juninho para fazer o que o titular não fazia: se aproximar dos demais para tentar tabelar, se movimentar mais para escapar da marcação e tentar finalizar. Tentou tudo isso, errou em tudo isso. Nota: 4

LEILSON - entrou logo depois do nosso gol e com passes curtos ajudou Wallacer e Collaço pelo lado esquerdo. Como já dito, ficamos muito mais com a bola. Sem dúvidas ajudou bastante o time, mas considerando que entrou pelo lado do campo, gostaria de ter visto se aproximando um pouco mais do ataque. Teve uma chance de bola parada, que resultou em boa defesa do goleiro adversário. Nota: 6

LUCAS - jogou 15 minutos e pouquíssimo fez. Mas ainda acho que merece mais ser titular que o Diego Felipe. Nota: 4


DAL POZZO - lembrou um pouco o início da Série B, quando no segundo tempo tinha que mudar o time da água para o vinho. Curiosamente, dessa vez as substituições nem surtiram tanto efeito, mas sim a mudança de postura. A mijada (correta) no vestiário deve ter sido grande. Ressalva: Diego Felipe continua sem me convencer. Filipe Lima não viajou (acredito que para melhorar a parte física), mas é um nome que tem que ser analisado como possível substituição para o Juninho. Nota: 7


Como de costume, estatísticas apresentadas são do app footstats.

Um comentário:

Rudimar Schreiber Jr. disse...

Valeu muito pela viagem pra ver o Ju em Recife e pelo ponto ganho. Não jogamos bem mas seguimos invictos fora de casa. Vamo Papo!