sábado, 15 de julho de 2017

Acabou a maré de sorte?


Quando a série B começou, há pouco mais de 2 meses, ninguém espera um time brigando pela liderança. E eu, com todas cornetas aprumadas, escrevia por aqui que o time era limitado e que o futebol apresentado era ruim.

Fui surpreendido, confesso, com boas atuações de lá para cá. Não me refiro a termos feito 3 no ABC ou conseguirmos virar um jogo contra o Luverdense em casa. Me refiro a coisas que eu não achava possível até o início de maio, como ter total controle de um jogo contra o Boa, dominarmos parte da partida contra o Inter ou deixar escapar uma vitória contra o Londrina por pura bobeira nossa, todos fora de casa.

Mas, houve rodadas que jogamos muito mal. Sofremos com o Paraná, escapamos acuados de pressões do Vila Nova, do Paysandu e do Goiás. Grande exceção ao jogo contra o Brasil, tinha algo sempre a nosso favor, fossem nos empates ou vitórias: a sorte.

Era a sorte daquela bola que batia na trave quando o Matheus já não tinha chance de alcançá-la, do zagueiro adversário que fazia gol contra, do goleiro que falhava miseravelmente... sorte aliada à competência quando um centroavante chega desacreditado mas logo se torna artilheiro do campeonato, um volante que até então não tinha créditos com a torcida se torna "dono do time" quando o esquema é modificado, de um zagueiro que é improvisado na lateral e acerta cruzamento inacreditável "do nada", um monte de gente pega caxumba (!) e mesmo assim o padrão não cai.

Aí o time viaja para o Nordeste fazer dois jogos e parece que essa sorte acabou. Como já dito, outras partidas foram quase tão ruins como essas duas últimas. Mas antes aquele voleio do zagueiro deles logo no início de jogo não iria no ângulo. Talvez o Tiago Marques tivesse alcançado e chutado para longe, talvez ela batesse na trave. Logo depois o cruzamento poderia até ter encontrado o Matheus e o Micael atrapalhados no meio da área, mas ela cairia nos pés de algum alviverde e não nos azarentos pés de um centroavante adversário capaz de chutá-la no ângulo. 

Prossigo... Quando estávamos na maré de sorte, o Ramon iria na linha de fundo, cruzaria para trás, e aquele chute de canhota do Tiago Marques pegaria na veia, estufando as redes. No final do primeiro tempo aquele chute fraco do Juninho em diagonal seria colocado para dentro pelo azarento lateral deles, ao invés de bater em duas traves.

Talvez alguns estejam rindo do que escrevi até aqui, por não acreditarem na minha teoria de sorte. Mas eu já deixei de assistir jogos em determinados lugares porque deu azar. Sempre fui consciente que vencemos muito mais pelas capacidades individuais e coletivas do nosso time, mas algumas vezes eu saí do estádio achando que aquela camisa que eu estava usando ajudou com um pouquinho de sorte. Possivelmente a mesma camisa de quando fomos campeões em 94, 98 e 99. Que talvez fosse a mesma de quando Pedro Haroldo marcou um gol contra o Aimoré em 1991 quase do meio do campo. Ou a mesma de quando o Jardel acertou um chutaço na penumbra do Florestal em Lajeado e nos colocou de volta na série D. Ou, mesmo que não fosse a mesma, algumas vezes vencemos porque a sorte estava a nosso favor.

E, seja como for, a sorte nem sempre estará do nosso lado. E quem sabe o azar também não venha para ficar. Mas, por via das dúvidas, melhor começarmos a nos ajudar... Chega de Diego Felipe! É hora do Leílson e Lucas voltarem para o time! Juninho e Ramón tem produzido pouco, mas Caprini e Wesley Natã não produzem nada. Filipe Lima, por exemplo, já chegou a ficar no banco e precisa entrar. Assim que Vidal e Bruno Ribeiro estiverem recuperados, devem ser testados. Dal Pozzo tem também que pensar um jeito para que João Paulo e Tiago Marques possam jogar juntos as vezes (não só no desespero), pois seria um grande poderio ofensivo.

Hoje não tem nota. Só jogamos bem uns 20 minutos do 1º tempo e depois de já termos sofrido dois gols. Vi um 2º tempo modorrento e, para evitar notas ruins para todo mundo, vou ignorar essa parte hoje.

Terça-feira é noite para outra postura em campo. Mesmo que o frio esteja de lascar, temos que voltar a pressionar na marcação e sair em velocidade quando temos a bola. Mesmo que a sorte não ajude, podemos vencer o CRB em casa e é isso que queremos ver.

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