caJU de Juniores

Hoje, como não poderia ser diferente estando em Caxias do Sul, me dirigi ao Alfredo Jaconi assistir ao caJU de juniores. Tempo bom, bom público, Juventude já classificado e o rival tendo que pontuar para poder ainda ter ambições de classificações.

O primeiro tempo foi deprimente de se existir. Aos 4 minutos, o time dos funcionários do Grupo Voges conseguiu abrir o placar em uma falta. Cruzamento da intermediária, a zaga não subiu (lembrando a dos profissionais) e numa casquinha alguém vestindo grená achou o cantinho de Follmann. Nos poucos lances antes disso o Juventude já parecia que era quem teria mais ações ofensivas no jogo. Depois desse lance a coisa ficou ainda mais evidente. Os laterais grenás não apoiavam, os volantes e os zagueiros afastavam qualquer ofensiva verde e os atacantes várias vezes ficaram impedidos tentando puxar contra-ataques.

O técnico do Juventude é o mesmo que comandou o time sub-18 na brilhante campanha da Copa São Paulo deste ano. E implica neste time de juniores a mesma postura tática daquela: um 4-4-1-1. Mas, enquanto na Copa SP havia o Hiago no primeiro "1" que fazia a diferença do time, chamando o meio-campo para o ataque, invertendo jogadas e imprimindo velocidade para cima da defesa, neste time não havia ninguém com essa característica. Natan, que por ali jogava hoje, pouco se movimentou e acabava sendo facilmente neutralizado, dificultando as ultrapassagens dos meias mais abertos (Alex e Dudu) e deixando isolado o centroavante (Alex Espindola).

Mas no segundo tempo a coisa mudou de figura. Um pouco dessa mudança se deu pelo recuou de Alex Espindola para a posição de armador, entrando o centroavante Morais no lugar de Natan. E muito mais dessa mudança por uma troca de posições que nunca tinha visto antes: os dois meias abertos (Alex e Dudu) foram recuados como laterais e os laterais (Gustavo e Michel) foram jogar como meias. Isso deu uma movimentação muito mais dinâmica de ataque ao time, confundindo muito a defesa grená, que acabou tendo que cometer dois penaltis. Ambos bem batidos por Gustavo e Alex Espindola, nesta ordem, colocaram o Juventude à frente do placar.

Ao final do jogo, o time oriundo do cemitério resolveu finalmente sair de trás e teve até uma chance de empatar a partida (em nova cobrança de falta frontal que a zaga não afastou). Mas, em contra-ataque totalmente individual, Morais atravessou metade do campo, passando por 2 defensores e, contando com a sorte, encobriu o goleiro quando seu chute bateu na perna de um defensor. Marcou um belíssimo gol e fechou a tampa do caixão.

Os juniores do Juventude deixaram uma belíssima impressão neste segundo tempo. Continuam invictos na competição e ainda mais isolados na liderança do grupo. Estou ansioso para que tenha jogo em Porto Alegre. Os Papos da Capital estarão lá, como sempre.